sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

(re) Visita

Não tenho uma visão cíclica da vida. Pertenço ao lote de pessoas que gosta de ver a vida como uma linha recta, de aventura em aventura e que, com a ajuda de algum socalcos no terreno provoca uns tropeções. Mas, com a ajuda da luz que alumia a estrada e como o caminho é sempre em frente, nunca se perde o sentido.

   E esta visão ocupa a grande maioria da minha perspectiva, deixando apenas espaço para as alturas em que me vejo no mesmo exacto ponto que me encontrava antes. Não importa quanto tempo passou entre esse ponto original A e o ponto agora B. Importa que é o mesmo ponto.

   Vejo nessa minoria de tempo que o sentido da viagem é o retorno. Vejo que o ponto A e o B partilham do mesmo espaço mas em universos paralelos separados pelo tempo.

   Vejo que entre o Ponto A e o B existe um pedaço sumarento de vida.

   São na verdade pontos sobrepostos, de alturas e altitudes diferentes e que permitem uma perspectiva única sobre nós próprios porque nos encontramos sempre no ponto mais alto e a olhar para baixo. Poucas situações na vida nos colocam numa posição superior à projecção do nosso ego.

   Podemos não saber quem éramos antes de partir, mas sabermos o que fizemos entre a partida e a chegada ajuda-nos a perceber quem somos agora.


"A viagem é o que o viajante cresceu entretanto. A diferença entre a partida e a chegada é a maturidade".

1 comentário:

Sara disse...

Baixa, 8 de fevereiro de 2014 = assunto registado