quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Brisa

Passou por mim hoje, a correr, a primeira brisa Outonal.

O Outono é como aquelas presenças simpáticas que desaparece de quando em vez, e do qual só nos apercebemos que temos saudades quando finalmente volta.

Projectei hoje em pensamento um passeio de mão dada, de camisolas ainda finas e confortáveis ao toque, cenário de fundo em tons de castanho-fogo e rebordos amarelados, com passadas ritmadas pelo restolhar, arrastar e estalar de folhas já secas por dentro e já húmidas por fora.

O cheiro a terra molhada e as tentativas forçadas de que se vejam os primeiros "bafos" a sair da nossa boca.

Hmmmm.

Calma e saudade.

1 comentário:

Hugo Castela disse...

Palavras doiradas esculpidas na eterna promessa de colheita fecunda por entre a aparente aridez outonal. Dir-se-ia que a própria Perséfone Encantada soprou o seu hálito envolvente no espírito perscrutado nos silêncios da palavra: uma verdadeira Pâ-naceia para a alma. Venha ele – o Outono...