Quão diferentes somos nós daquilo que já fomos em criança?
Desenvolvemos uma consciência crítica com a experiência e aproveitamo-la para criticar o mundo e escrever em blogs.
Criamos o conceito de tempo para que nos organizemos...
Organização, ordem e progresso... conceitos tão "necessários" pensamos nós agora.
Agora que não somos crianças.
Retiramos da vida a lição que levantar é bom. Bom sinal ainda que seja. Sinal de que a queda não foi assim tão má e que serviu para o que serve melhor, aprender a cair.
Aprendemos o que é saudade e com ela olhamos para trás.
Sorrimos de coisas que nos recordam os tempos que sempre nos pareceram eternos. Alturas Realmente aproveitadas no verdadeiro conceito de presente temporal, se é que ele existe ou o podemos nomear.
Sempre que brincávamos, sorríamos.
Criávamos mundos idílicos ao molde dos nossos sonhos. Entregávamos em mão a tudo o que fazíamos, o nosso corpo e alma sem sequer pensar... não o sabíamos fazer de outra forma.
Deveria existir sequer outra forma?
Alguma vez nos demos ao trabalho de pensar nas consequências? Brincávamos porque queríamos e nada mais existia na altura... dormir era um sacrilégio! Mesmo quando o dia seguinte ia ser igual a este último: uma brincadeira que nos custaria mais um dia da nossa vida. Mais um dia de felicidade pura e despreocupada.
Não existia tempo, passado ou futuro. Não existiam conceitos, não existia cinismo nem tolerância: ou gostávamos ou não!
Desenvolvemos também a percepção de que não somos nossos. Somos à nascença destinados a metades. Metades que alguns de nós não têm a sorte de encontrar... Aprendemos com a idade a amar e a ver o mundo com o amor que trazemos também.
Retiramos dessa visão também que o mundo é uma bola rosa e forrada com pétalas da Expectativa. Flor que tem imensos espinhos também.
Tenho a sorte de ter crescido criança e encontrado a minha metade.
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